05/05/2014 Endividamento aumenta na capital paulista
Número de famílias com contas a pagar volta a crescer em abril e atinge 51,1% do totalPraticamente dois terços das famílias endividadas possuem parcelas a vencer no cartão de crédito. (Arte/Tutu)
Após registrar duas quedas consecutivas, o nível de endividamento na cidade de São Paulo cresceu levemente em abril, chegando a 51,1% do total. Proporção essa que significa, em números absolutos, 1,833 milhão de famílias, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O resultado, apesar de maior que o verificado no mês anterior – cujo porcentual de famílias com algum tipo de dívida havia baixado aos 48,4% –, é inferior aos 57,1% apurados em abril do ano passado.
De acordo com a assessoria econômica da Entidade, a justificativa para a alta entre março e abril seria o impacto no orçamento domiciliar da persistente inflação, sobretudo de alimentos, associado ao menor crescimento da renda. Diante desse cenário e para manter o mesmo padrão de consumo, as famílias estariam sendo forçadas a contrair novas dívidas.
Praticamente dois terços das famílias endividadas (66,2%) possuem parcelas a vencer no cartão de crédito. Esse tipo de dívida ficou bastante à frente das demais modalidades escolhidas pelos paulistanos: financiamentos de veículos (19%); carnês de crediário (15,6%); créditos pessoais (10,9%); financiamento imobiliário (13,4%); cheque especial (5,4%); e crédito consignado (4,2%).
Com maiores possibilidades de acesso ao crédito, as famílias de renda acima de dez salários mínimos foram as que, relativamente, mais avançaram em endividamento. De março para abril, a fatia com dívidas entre elas saltou 8 pontos porcentuais, aos 37,3%. Por outro lado, entre as famílias com ganhos de até dez salários mínimos, cuja incidência de endividadas historicamente é maior, a proporção variou de 55% para 55,9%.
A quantidade de famílias com contas vencidas também cresceu pouco, de 522,2 mil em março para 532 mil em abril – o que representa 14,8% do total. Já o número de famílias que afirmam não ter condições de pagar suas dívidas, total ou parcialmente em 30 dias, caiu no período, de 182,4 mil para 180,3 mil – ou 5% das endividadas.
Em relação ao comprometimento de renda, a maior parcela afirma precisar mais de um ano (40,8% do total) para pagar suas dívidas atuais. Na sequência, 21,3% dos endividados acreditam ter renda comprometida por até três meses; 18,5%, entre três e seis meses; e 16,1%, de seis meses a um ano. Os demais 3,3% não responderam a pergunta. O tempo médio de comprometimento de renda das famílias ficou em 7,8 meses, em abril.