13/11/2015
O mercado de papeis especiais - Edição 10/2015

O Mercado de Papéis Especiais
A estratégia de agregar valor a produtos na atualidade pode ter objetivos que vão além de aumentar os lucros e ser um caminho para a sobrevivência de alguns produtos que, por um motivo ou por outro, podem vir a se tornar obsoletos ou ter o consumo um pouco contido.
Muito já se falou na possibilidade do papel desaparecer. Fato é que a previsão não se confirmou ainda, mas transformações estão ocorrendo e é importante estar atento a essas mudanças e aproveitar as novas oportunidades de negócios.
Em alguns segmentos observamos commodities ganhando status de produto especial. Um exemplo é o café, que gera valor através de marcas e muitas vezes por meio de valores intangíveis associados ao produto “Premium”.
Mas o que transforma papel em produto diferenciado? O que agrega valor e o torna mais que suporte de impressão. Um papel é classificado como especial quando apresenta algumas particularidades, propriedades funcionais específicas e aplicações definidas.
Há uma ampla variedade de papéis especiais: crepados (reforço de sacos multifoliados, base para lençóis plásticos, etc.), heliográfico, absorventes, filtrantes, papel de segurança, autoadesivos, papéis coloridos na massa lisos e texturizados, papéis com tratamento superficial, como os metalizados e perolados, dentre outros.
Esta diversidade dificulta o estudo deste mercado. Não há dados oficiais estatísticos e o comportamento do mercado varia nos diferentes segmentos.
Comparativamente às commodities, a maior parte dos papéis especiais é produzida e comercializada em pequenos lotes, mas são produtos com alto valor agregado, vende-se menos e fatura-se mais.
Um dos segmentos que pode ser destacado no universo de papéis especiais é o de papel fino (sofisticados), que compreende os destinados a trabalhos mais requintados. São os papéis coloridos na massa, que podem apresentar superfície lisa, texturas, tratamentos superficiais e outras particularidades.
Observa-se que o consumo destes papéis no Brasil tem evoluído de forma contínua. Convencionalmente utilizados para a produção de convites, cardápios e outros impressos, estes papéis fazem o diferencial de um produto gráfico. As características peculiares destes papéis estão sendo cada vez melhor exploradas por publicitários, designers e produtores gráficos, visto como um elemento de grande importância na concepção de projetos. Mais que suporte para impressão os papéis finos se incorporam aos projetos como elementos de comunicação e integram a mensagem que se deseja consolidar.
Além desta postura dos “criativos”, outros fatores impulsionam o consumo, como por exemplo, o aumento de pequenas tiragens e a tendência de personalização dos impressos. Até mesmo o end-user passou a consumir mais, alimentando as impressoras domésticas com papéis especiais para impressões diversas, como currículos e trabalhos escolares.
A produção de papéis especiais no Brasil é concentrada em poucas indústrias, até porque envolve constantes pesquisas em inovações e investimentos em tecnologias, mas é uma oportunidade de negócio a ser analisada por aqueles que fazem parte do mercado papeleiro, até porque, embora sem dados oficiais, estima-se que o consumo tem potencial para evoluir inclusive em regiões como norte e nordeste. Produtos com alto valor agregado: uma alternativa a ser estudada em tempos de crise.
ENFOQUE SINAPEL é uma publicação do SINAPEL – Sindicato Nacional do Comércio Atacadista de Papel e Papelão Edição: G Martin Comunicação Integrada – Jorn. Resp.: Gracia Martin – MTB/SP 14.051 Praça Sílvio Romero, 132 – 7º andar – São Paulo – SP Tel.: (11) 2941-7431 – e-mail: sinapel@sinapel.com.br – Site: www.sinapel.com.br
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