Houve um tempo neste país em que se dizia “todo brasileiro é um economista” e nas ruas se falava “economês”. Na verdade, os problemas envolvendo a economia eram tantos e a ânsia de solucioná-los tão grande que todos davam um palpite, tinham idéias e soluções.

A realidade brasileira, ao final do primeiro ano do segundo mandato da presidente Dilma, nos remete àquele passado e nos traz a sensação de que estamos perdidos política e economicamente. Inteligente é a maneira que adotamos para contar o passar do tempo. A cada 12 meses, quando “vira o ano”, como se costuma dizer, apesar das dificuldades, ganhamos uma dose de esperança. É o momento de retomar o fôlego, como um nadador. Nesta pausa breve, fazemos a revisão dos últimos 12 meses e planejamos o próximo ciclo. 

Não somos todos economistas, mas vamos imaginar como será o comportamento da economia em 2016. Ninguém espera milagres. Analistas dizem que será um ano ruim, porém, melhor que 2015. Mesmo se partirmos da análise da perspectiva de que em 2016 teremos PIB negativo, inflação e juros altos, dólar supervalorizado, mais desemprego e recessão, pode ser possível enxergar uma luz no fim do túnel. 

Se cada um fizer sua parte, começaremos a formar um ambiente adequado à retomada do desenvolvimento, 2016 serão formadas as bases, o alicerce para a reconstrução da economia. Ao Poder Público cabe a tomada de decisões essenciais à reviravolta. Deve partir dele medidas que recuperem o grau de confiança dos investidores, empresários e consumidores; ajustes (cortes) dos gastos públicos, reordenação fiscal, enfim, um plano de recuperação e uma mudança comportamental na qual prevaleça o interesse comum e da nação e não o intuito de levar vantagens individuais ou partidárias. Todos os cidadãos têm o dever de cobrar do governo um posicionamento, de agir e reagir. Aos gestores, compete também superar enormes desafios. Planejar é palavra de ordem. Os papeleiros precisam atentar para o planejamento operacional, analisando estrategicamente cada etapa do processo: a competência dos profissionais envolvidos, a estocagem e movimentação de materiais e tudo mais relacionado a este aspecto. Igualmente importante é o planejamento estratégico, com analise abrangente do negócio: produtos, fornecedores, clientes, concorrentes; potencial de mercado, diferenciais competitivos, oportunidades de inovação... Traçar metas e objetivos. 

Nesse contexto, é muito importante a ação de entidades representativas de classe, sindicais, federativas, enfim, de órgãos que representam o empresariado e a sociedade, que precisam se posicionar e cobrar das autoridades competentes a mesma coerência e empenho que se encontra nas empresas sérias. Claro que não é nada fácil esta tarefa, mas é o ponto de partida para encarar 2016 com mais ânimo. Que sejamos construtores de um Brasil melhor: sério, justo e digno da nação que nós brasileiros merecemos. E por fim, após esta reflexão, chega o fato de maior repercussão neste momento: a abertura do processo de impeachment da Presidente Dilma. De imediato, a crise política se agrava profundamente e reflexos serão sentidos no cenário econômico e nos mercados. Ninguém se arrisca a fazer previsões para 2016, Como serão os próximos 180 dias? O fato é que não podemos cruzar os braços, sob pena de sofrermos danos ainda maiores. Que venham melhores dias!

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